terça-feira, 4 de março de 2008

ongi etorri guztiok!

Dia 1

Cá estou eu finalmente, acabadinha de chegar a Bilbau, ainda sem dar notícias a ninguém. O voo MAD-BIO atrasou-se 45min, mas fizemos o percurso em 32min em vez de 55min (ouvi o piloto a dizer a alguém, por mim só reparei que não tive muito tempo para dormir). Apanhei o autocarro para a Praça Moyua (1,25€) e depois carreguei os 26Kg de mala + a mochila até ao Metro que apanhei até casa (1,30€). Cheguei a uma casa vazia, à semelhança do meu coração, e pousei as malas à entrada porque não sabia onde era o interruptor da luz e estava escuro como breu. Fez-se luz! Vi por segunda vez o que seria a minha casa (possivelmente, no caso de não ir para Mondragón), fui até ao meu quarto, larguei as malas e atirei-me para cima da cama. Virei-me de barriga para cima e olhei à minha volta. Tudo tão vazio, tão despido! Lembrei-me que tinha fome e não tinha nada para comer, mas estava tão cansada que decidi dormir meia horinha e ir depois às compras. Uma hora depois estava eu a sair de casa decidida a fazer compras. Fui à minha segunda casa de Granada, o Eroski, e comprei os bens essenciais. Resultado final: 51,41€ e demasiado peso para o meu cansaço. De volta a casa: onde raio enfio eu as minhas coisas? Lá descobri espaços vazios onde pôr as compras e lanchei finalmente. Barulho de chaves na porta, alguém a falar ao telemóvel, expectativa: como será, será simpática, o que é que lhe digo “olá, sou a Filipa e vou morar contigo nos próximos 3 meses”? Ela vê-me, aceno-lhe, ela acena de volta e continua a falar ao telemóvel, vai para o quarto, eu vou para o meu. Sai finalmente e apresenta-se, Cristina (loirita, vinte e pico anos), se preciso que me explique alguma coisa na cozinha e assim, digo que sim, que como fazem com as coisas em comum, responde que cada um por si, outra coisa não seria de esperar… diz que vai fazer a mala e que vai para casa que fica a 30Km, penso que a minha só está a mais uns 670Km e digo que eu fico por cá, sorri. Faz a mala e sai, bom fim-de-semana. Visto o meu espacinho com os meus dicionários e as minhas coisas, vou para a sala. Novo barulho de chaves na porta, nova expectativa, entra um “jovem” de trinta e tal/quarenta, brincos nas orelhas, tatuagens evidentes no braço direito e não sei muito bem onde mais. Olá, sou o Javi (acho que se chama assim, não me lembro muito bem), o Óscar disse que vinha uma rapariga nova. Enfia-se na cozinha, sai pouco depois e pergunta se já tinha estado com “la otra chica”, nunca se tratam pelo nome, e se ela já me tinha explicado as coisas, respondo afirmativamente e ele sai. Minutos depois passa na sala e diz que se vai deitar, que está cansado, boa noite. Fico na sala a ver televisão. Liga-me o Mikel (advogado amigo de uma amiga que, por coincidência, ia estar em Bilbau este fim-de-semana), no dia seguinte ia ter com uns amigos e passear, se queria ir. Não tinha melhores planos, por isso aceitei, além disso, um ambiente mais familiar fazia-me falta, amanhã ligo-te para dizer onde nos encontramos, vale. Pouco depois liga a Lola, se correu tudo bem, se já conheci os que moram comigo, uma voz familiar que me vai fazer bastante falta… Nova chamada, de casa, a minha Twix, que não falha nunca, uma hora ao telefone, novidades e outros disparates, voz familiar que também me vai fazer muita falta. Mais uns minutos de televisão e vou para a cama. Para quem está habituada a dormir num quarto voltado para a Rua Nova de Santa Cruz, um silêncio absoluto parece o barulho de uma tempestade, lá adormeço algum tempo depois.

Dia 2

Acordo às 11 horas a pensar se não terei sido atropelada por algum autocarro. Levanto-me e tomo um duche, vejo que tenho uma chamada do Mikel, ligo, daqui a quanto tempo é que consegues estar aqui? 20 minutos. Visto-me, engulo qualquer coisa, lavo os dentes, merda! esqueci-me do pente, penteio-me com os dedos, agradeço no meu íntimo por não ter um cabelo como o da Paulinha e saio de casa. Corro para o metro, chego dois minutos atrasada. Pouco depois liga o Mikel, conhecemo-nos, apresenta-me o Germán e a Esti, gozam com ele porque já tinha perguntado a duas pessoas se eram “a Filipa”, praticamos o desporto nacional: ia a bares, “potear” como se diz por aqui. Perguntaram o que ia fazer, lá expliquei, já com a agravante de ir ou não para Mondragón. Algumas soluções já de si com problemas: 140Km por dia é muito, perder os 300€ que já dei, não ter outra hipótese senão ir. Pegamos no carro e vamos até onde moram eles: Ermua. não há nada para ver, avisam desde o inicio. Passamos por montanhas e vales verdes com casas isoladas, mesmo à filme, arrependo-me no mínimo 3 vezes por minuto de não ter levado a máquina fotográfica. Chegamos. Mais um pouco de desporto nacional e abancamos num sitio para almoçar. Conheço o irmão e os amigos do Mikel, tudo boa gente, mas já não sei o nome de quase nenhum, neste momento estão todos à espera que lhes diga para onde vou afinal. São quatro da tarde, mais ou menos. Vamos até à costa vasca… lindo! Mais uma dose de sério arrependimento por não ter máquina fotográfica. Andamos mais um pouco, mais uma paisagem de tirar o fôlego, mais arrependimento. Três rapazinhos a pescar, não tinham mais de 10 anos, acabavam de tirar da água um “serrano” de cerca de 20cm, detivemo-nos a aprender “a arte”. Mais uma caminhada, mais um pouco de desporto nacional. Sete e meia da tarde, temos de voltar, o Mikel tem um jantar de advogados. No caminho lá me convence a ir com ele, ofereci uma certa resistência, não achava que me fosse sentir bem rodeada de advogados espanhóis e não queria que se metesse em problemas por minha causa, mas correu tudo bem. Os advogados eram, no mínimo, loucos. A certa altura estava um dos da nossa mesa a gritar “Viva os noivos!” e nós a responder em coro “VIVA”. Voltei a casa à uma e tal, derrotada pelo cansaço. Falei um pouco com o João e caí redonda na cama.

Dia 3

Localização geográfica: Bilbau
Primeiro pensamento do dia: Merda, já são 2h da tarde!!
Estado de espírito: calma
Pequeno-almoço: Pão com fiambre e um Actimel de morango
Segundo pensamento do dia: Que raio vou eu fazer num Domingo à tarde em Espanha? (fecha quase tudo)
Decisão tomada: escrever este post, vestir-me e sair com a minha namoradinha para congelarmos momentos… iraigou!

3 comentários:

Anabela disse...

Meh amou** penso todos os dias em ti. Falo todos os dias de ti. Amanha tefonamos, coleguinha!No mistake!Ando desde domingo a dize que te vou liga mas a oportunidade escapa-se-me.Tenho andado metida na tua pocilga e muitas vezes paro a olhar em volta.Vai-se lá sabe porque...BUZUAK***

[o meu primeiro comment devido a razoes que nao me permitiram enviar o outro primeiro.deves ta a chora de emoçao com este momento unico =)]

Unknown disse...

é bom voltar a "ver-te" por aqui :P

beijo grande

..e fico a espera das fotos magnificas que por aí vais tirar :D

Paula Ribeiro disse...

Então vamos lá ver.....Agradeces não ter o meu cabelinho???Esta lã de carneiro que tanta falta faz em dias de frio???heheeh ao menos lembraste-te de mim no wc!!:) tenho saudades tuas!Tenho saudades de ligar po 124 e ouvir a tua voz. Quero que alguém me ligue a dizer, "boa tarde, queria falar com a Paula Ribeiro" e, para variar, cair na peta!....
Tira fotos que já sabes que estamos todos à espera e vê lá se dás notícias..vou ver se te ligo han bien?
....não sei que mais dizer....
beijinhos gands de saudades