segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O tal de "Acordo Ortográfico" para o "portuleiro"

Sobre Mia Couto: "Na opinião do autor de O outro pé da sereia, «o acordo ortográfico tem tanta excepção, omissão e casos especiais que não traz qualquer mudança efectiva». O escritor moçambicano rebateu deste modo o angolano José Eduardo Agualusa que, na sua crónica habitual no semanário de Luanda a Capital, defendeu a escolha, por Angola, da ortografia brasileira, caso não venha a ser aplicado o Acordo Ortográfico por «resistência» de Portugal. «Sou grande amigo do Agualusa, mas nesse ponto tenho uma grande divergência», afirmou o escritor, em Lisboa, numa sessão de autógrafos. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa estabelecido em 1991 foi assinado por todos os países da CPLP. Em Angola aguarda-se a ratificação do documento, que o governo de Luanda considerou ter «caído no esquecimento»."
Lusa / SOL

Já começa a ser um pouco como o caso Maddie, toda a gente opina e não se chega a conclusão nenhuma. Do meu ponto de vista este acordo não traria nada de bom à nossa língua, são ramos de um mesmo tronco, mas ninguém se lembra de atar dois ramos só porque crescem em direcções diferentes. A língua portuguesa (pt) evoluiu de forma diferente, tem traços distintivos, tem relva e não tem grama, tem acção e não tem ação, tem factos e não tem fatos, quer dizer, tem, mas numa acepção completamente diferente da palavra, ia ser como um voltar à infância em que não sabemos como se escreve a nossa própria língua (apesar dos agora mais escassos casos de iliteracia e daqueles pontapés na gramática que a maioria do português dá). Eu falo por mim: não me sentiria nada cómoda nessa situação! Se calhar é uma visão pueril e um pouco "limitada", mas prefiro não trocar de "equipe" e ficar na minha "quadra"...


Filipa Gonçalves

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