
Por vezes, num turbilhão de sentimentos, vamos encontrar o nosso equilíbrio num simples abraço.
Não sei explicar, mas aposto que mais alguém neste mundo sente o mesmo que eu relativamente ao tema. Por exemplo, não dou abraços fortuitos, sinto-me incómoda quando alguém que não conheço bem me abraça e nem sempre correspondo, sinto que por vezes, à beira de um ataque de "qualquer coisinha ruim" um verdadeiro abraço me faz voltar à vida e nem preciso falar mais do tema e acima de tudo não abraço qualquer pessoa. A última pessoa a quem dei um abraço é uma das mais importantes da minha vida e serviu para enterrar um machado que nunca se ergue muito entre nós, mas que teve importância suficiente para fazer com que aquele abraço o pudesse, finalmente, enterrar. Não foram precisas palavras, o que havia para ser dito já tinha sido escrito, bastou aquele abraço. Senti que foi um abraço-desculpa, um abraço-estás-desculpada, um abraço-não-voltes-a-fazer-isso, um abraço-senti-a-tua-falta, um abraço-adoro-te, um abraço-só-me-apetece-dar-nos-um-estalo-por-termos-reagido-assim, enfim, um abraço que significou tudo o que não conseguimos dizer na sua plenitude por palavras. E a partir daí tudo voltou ao normal, as conversas como se o tempo não tivesse passado, as brincadeiras, o mundo a girar no mesmo sentido de sempre, o do costume e o que tão bem me sabe!
Sei que tenho as minhas "pancas", todos temos, mas considero que um abraço nunca é só um abraço, leva sempre um pouco de nós e do nosso estado de espirito à outra pessoa e não "me" partilho nem ao meu estado de espirito com qualquer um.
Filipa Gonçalves
2 comentários:
Sabes que até concordo... Nunca tinha pensado nisso mas já aconteceu...
Há coisas que por mais que se tente, não se explicam...
<3
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